Com as medidas de distanciamento social muitos setores acabaram quebrando e entrando em crise, mas um setor que cresceu foi o mercado de Pets. Em casa por mais tempo, as famílias adquiriram muitos mais pets que o normal. De acordo com pesquisas, o Brasil encerrou 2020 com cerca de R﹩ 40,1 bilhões de faturamento, 13,5% a mais que o ano anterior. Isso faz com que o país seja o terceiro na lista de nações com os maiores mercados pets, atrás apenas de EUA e China.1
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Pensando nisso, o professor e coordenador do curso de Medicina Veterinária , Frederico Fontanelli Vaz, traz algumas dicas para quem quer ser tutor de pet.
SEGURANÇA E PROTEÇÃO
“As primeiras dicas são para deixar o pet em segurança”, inicia o profissional. “Em primeiro lugar, coloque telas de proteção nas janelas, principalmente se tiver um gato na casa, e tenha certeza de que estão sempre intactas já que os pets podem destruí-las com o tempo”.
“Coloque também portões de segurança para o pet não alcançar espaços como escadas, cozinha, banheiro, área de churrasqueira e qualquer outro ambiente que possa ter fogo, objetos cortantes ou água em abundância”. O coordenador dá a dica de também colocar um tecido fixo, como um carpete, na escada para que sirva como amortecedor ou antiderrapante.
Dito isso, se atente ao piso. Os assoalhos de cerâmica e porcelanato são os que menos derrapam, reduzem ruídos e são mais fáceis de limpar. Outro piso indicado é vinílico, que além de também ser prático na limpeza, não prejudica as patinhas e é atérmico.
“Outro ponto muito importante é a fiação. São dois perigos relacionados: o de enforcamento e o de descarga elétrica e é muito comum os pets brincarem com fios. Por isso, tente esconder os fios ou, até mesmo, fixá-los na parede para o alcance ficar um pouco mais difícil.”
“Verifique também se as gavetas precisam de travas, se as quinas dos móveis devem ser protegidas e considere instalar adesivos antichoque ou anti trombada nas janelas e vidros. Eles podem ser instalados em qualquer superfície feita desse material, criando uma barreira visual que minimiza a probabilidade de choque”, lembra o profissional.
De resto, Frederico indica também ter guia e identificação para que, caso aconteça algo, o pet consiga achar o caminho de volta.
ALIMENTAÇÃO
Frederico diz também que “é importante que tenha um profissional próximo de sua confiança que te explique o que o seu pet precisa especificamente comer e a quantidade. Não se aventure, fique apenas na ração e água antes de falar com o especialista.”
Algo que não é comida, mas os pets amam comer, são as plantas. “Algumas plantas não são boas para se ter com animais em casa, podem ser nocivas. Portanto, prefira criar Grama de Alpiste, Trigo ou Aveia; Chifre de Veado; Flor de Maio; Rosas; e Temperos.”
Preste atenção também onde o novo integrante terá as refeições. Prefira um local arejado e livre de muitos móveis e objetos. Eles devem ter um comedouro para alimentação e outro para água, nunca o mesmo para os dois. Para isso, o melhor material é o aço inoxidável, por riscar e estragar menos que os de plástico, acrílico e alumínio e, se ele ainda for filhote, você terá de trocar os recipientes de comida e água conforme ele cresce.
TRANSPORTE
Para que seu pet chegue em casa você vai precisar transportá-lo. Por isso, quando for fazê-lo coloque em uma caixa de transporte ou use um cinto de segurança próprio para cães. São as únicas formas seguras para passear de carro, qualquer outra forma é considerada infração pelo Código de Trânsito Brasileiro . “O tamanho da caixa e o modelo depende muito do seu pet, converse com seu veterinário de confiança sobre o tema”, completa Fred. Neste link do Governo de São Paulo é possível ter mais detalhes para transportar os pets dentro da lei.
Além disso, avise seu veterinário se o pet não se der bem em veículos, aviões ou se a viagem for longa para juntos poderem ajudá-lo.
SAÚDE
Assim como uma criança, o pet precisa tomar todas as vacinas para ter uma boa saúde. “Precisamos também ficar atentos aos vermes e parasitas externos. É muito importante fazer exame de fezes de rotina todo ano, para ver a real necessidade de administrar medicamentos para tratamento de verminoses. Nunca forneça medicamento algum ao seu animal sem recomendações médico-veterinárias. Veja com o seu profissional de confiança essa questão.”
Os parasitas externos podem causar sérios prejuízos à saúde dos animais e o seu controle deve ser levado a sério. Para os pets, podem causar queda de pelos, vermelhidão, alergias, feridas e predispor o animal a infecções, além de transmitir outros patógenos por meio da picada. Os carrapatos, por exemplo, podem transmitir dois patógenos que causam doenças muito comuns no Brasil: a Erliquiose e a Babesiose. Se não tratadas, podem levar o animal a óbito, e por isso é tão importante saber como controlar parasitos e deixar o animal e o ambiente livres deles”.
“De resto, preste atenção nos xampus, condicionadores, tecidos de caminha e casinha, brinquedos, coleira e tudo que o animal entre em contato. Não sabemos se ele possui algo específico, como alergia a algum material e, portanto, fique alerta em tudo que o cerca”, completa o coordenador.
Por último e mais importante, esteja sempre em dia com a carteira de vacinação do seu pet e tenha sempre em mãos o telefone e endereço do seu profissional de confiança, preferencialmente que ofereça atendimento 24h”.